sábado, 23 de maio de 2009

MUNDO DA FANTASIA

Entre os 3 e 6 anos, nossos filhos se encontram numa idade em que é muito fantasioso o modo como vêem as coisas e a própria realidade. Porque vêem o mundo que os rodeia em função de seus próprios interesses, isto é, daquilo que atrai a sua atenção e do que excita a sua imaginação... Seu mundo é diferente do mundo dos adultos porque sua imaginação lhes oferece possibilidades muito mais criativas e inesperadas. Um simples boneco pode voar ou ainda se transformar em um bandido famoso.
Nossos filhos estão em processo de crescimento, e disso faz parte o aumento da fantasia, da criatividade e da capacidade imaginativa... De tal forma que, às vezes, esse outro mundo chega a invadir a realidade. O uso da fantasia apresenta muitas vantagens para a criança, além da função que cumpre, em seu desenvolvimento natural e em seu amadurecimento:
- A fantasia favorece a criatividade, a imaginação e a sensibilidade. Nessa idade, a criança nos surpreenderá com seus argumentos e saídas curiosas, porque está naturalmente predisposta a isso.
- A fantasia facilita a capacidade de se entreter e não se entediar. A criança é capaz de inventar mil modos de se divertir, sem necessidade de aparatos televisivos como videogames etc. - A fantasia favorece a inteligência, por se tratar de um exercício intelectual em todos os sentidos.
Pais participativos
Nosso papel de pais deve consistir em ajudá-los a diferenciar a realidade daquilo que só existe na sua cabeça, algo fundamental para que possam ir amadurecendo. Mas a distinção entre estes dois mundos só deverá ser feita à medida que for necessário. Não precisamos ter muita pressa, pois não há mal nenhum em que, de vez em quando, as crianças se deixem levar pela sua portentosa imaginação. Mais importante que ajudá-las a pôr os pés no chão, recorrendo a argumentos "lógicos", é que possamos participar de suas brincadeiras fantasiosas, embora, como todos sabemos, não seja lá muito fácil brincar com os nossos filhos nessa idade. O que faz falta é tomar parte em sua fantasia e deliciar-se com um sorvete imaginário, servido em uma colher de 10 centímetros, ou agir como se fôssemos autênticos lobos, ou índios. Resumindo...Brincar com eles: - É preciso participar, e não apenas ser meros espectadores das brincadeiras de nossos filhos, para compartilhar com eles esse mundo mágico e fantasioso em que vivem.
- Para brincar com eles, temos de nos colocar à sua altura, o que supõe deitarmos no chão, mais de uma vez, ou comprarmos de verdade a fruta de plástico que nos oferecerem.
- O tempo deles, para brincar, deve ocupar um espaço fixo em nosso horário, transformando esses momentos em uma aventura intensa, durante a qual não haja lugar para a pressa. Em vez de dirigirmos suas brincadeiras, devemos ajudá-los a manifestarem sua liberdade e criatividade, permitindo que sejam eles os protagonistas.
- Temos de entrar em seu mundo e nos deixar envolver por sua lógica e fantasia infantil, em vez de pretender que nosso filho abdique dele para acomodar-se à realidade dos mais velhos.
Distinguir a realidade

- Aproveite os momentos em que não estiver brincando, para falar com o seu menino, como se ele fosse um homenzinho, mas sem forçar a conversa. Quando ele mudar de assunto e começar a falar de monstros, entre nessa corrente.

- Para que ele supere alguns medos causados por sua fantasia, cabe a nós darmos as razões disso. Se os leões o assustam, explicaremos que eles vivem na África, que em nossa casa é impossível entrarem, em vez de zombarmos dele.

- Você pode ir explicando, pouco a pouco, com argumentos de acordo com a idade infantil dele, que nem tudo o que ele vê na televisão se adapta à realidade.

- Podemos explicar-lhe o que é possível fazer para entrar em casa quando estamos sem as chaves. Primeiro há que propor soluções factíveis, reais, que possam ser executadas ("a titia tem uma cópia"). Depois é que o incentivaremos a usar a fantasia para saber como resolveria o problema ("se fosse o Superhomem entraria voando").



Por: Ricardo Regidor

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