domingo, 28 de setembro de 2008
A atividade da criança na idade pré-escolar
Cantigas de ninar e jogos de roda
Os historiadores dizem que foi por volta do século 12, resultado da fusão de várias culturas: a dos índios, dos africanos e dos europeus, Mesmo no Brasil, os jogos de rua e de salão, as cantigas de roda e as parlendas (ditos, rimas e trava-línguas) têm variações locais, dependendo das influências que cada área recebeu. Ah! E sabe daquele ditado "Quem conta um conto aumenta um ponto"? É assim que a nossa cultura popular de tradição oral vai se modificando de tempos em tempos, incluindo gírias, marcas e trechos musicais de cada época.
Teste seus conhecimentos:
Você brincou bastante?
Então veja quais cantigas de roda você conhece de cor:
( ) A canoa virou
( ) O cravo e a rosa
( ) Atirei o pau no gato
( ) Eu sou pobre, pobre, pobre
( ) Ciranda, cirandinha
( ) Escravos de Jó
( ) Terezinha de Jesus
( ) Onde está a Margarida?
( ) Se essa rua fosse minha
Se acertou tudo, parabéns. Se não, ainda dá tempo de aprender essas cantigas tão antigas…
sábado, 27 de setembro de 2008
PENSAMENTOS DE PAULO FREIRE
"Não há vida sem correção, sem retificação."
"Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão."
"A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tam pouco a sociedade muda."
"Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade."
"Quem começa a entender o amor, a explicá-lo, a qualificá-lo e quantificá-lo, já não está amando."
domingo, 21 de setembro de 2008
ALIMENTAÇÃO
Sente-se e coma juntamente com a criança enquanto família. "A conversa é o melhor tempero".
Tenha em "stock" uma boa variedade de alimentos e escolha aqueles que são coloridos e interessantes para a criança.
Coloque quantidades pequenas de comida num prato pequeno. é preferível repetir do que a criança ficar subjugada pela quantidade de comida que têm de comer.
Mantenha os doces longe da vista da criança até que a refeição tenha chegado ao fim.
Pequenos-Almoços
Esta é uma refeição muito importante. Os cereais são ideais, especialmente se servidos com um copo de sumo de fruta natural ou copo de leite. Esta é uma refeição completa em vários nutrientes essenciais, incluindo hidratos de carbono, vitaminas, cálcio, ferro e proteínas.
Snacks
"Snacks" nutritivos são importantes na medida em que fornecem nutrientes e energia, mas evite snacks grandes e substanciais muito perto das refeições. Snacks saudáveis incluem: fruta, legumes crus (cenouras, tomate), frutos secos, queijo, tostas, sanduíches e iogurtes.
Alimentos adequados
Se a alimentação da sua criança se basear nestes grupos de alimentos, poderá ter a certeza que obtém todos os nutrientes importantes para a manter saudável.
1) Hidratos de Carbono Amiláceos, que incluem pão, arroz, massas, cereais e batatas, devem ser servidos em todas as refeições:
● Utilize muitas batatas, incluindo puré de batata e batata-doce.
● Experimente pão integral e de cereais alternativos, já que são por norma mais ricos em fibras que o clássico pão branco. Tente também dar à sua criança pães étnicos, como chapata, nan ou pita.
● As massas também são muito importantes - muitas crianças adoram esparguetes ou lasanhas servidas com tomate, queijo ou molho à bolonhesa.
● Sirva pequenos-almoços fortificados de cereais.
2) Frutas e legumes devem ser consumidos com bastante regularidade, cerca de 4 ou 5 vezes ao dia.
● Utilize fruta em pudins, bolos ou outros doces e sobremesas
● Frutas e legumes enlatados ou congelados podem ser tão nutritivos como os frescos, saiba escolher.
● Os legumes podem ser comidos crus ou cozinhados (se cozinhados, não exagere no tempo da confecção de modo a manterem o máximo de vitaminas e outros nutrientes).
● Se a sua criança detesta legumes, tente disfarçá-los em sopas, molhos e pizzas.
● Não tenha medo de dar à sua criança leite gordo. O leite meio-gordo pode ser dado a partir dos dois anos de idade, desde que a dieta geral contenha energia suficiente.
● O leite pode ser uasdo em bebidas, cereais, pudins e molhos
● Queijos curados, queijo fresco ou em creme e iogurtes podem ser excelentes substitutos do leite
● Acrescente queijo ao puré de batatas, pudins flã, esparguete, pratos de ovos, etc
● Utilize queijo em torradas e tostas
● Experimente dar à sua criança um iogurte como sobremesa ou snack entre as refeições
4) Carne, peixe e outras alternativas devem ser consumidos duas vezes por dia
● Bifes de vaca, peru, galinha, carne de porco, empadas de carne, esparguete à bolonhesa ou almôndegas são boas opções.
● Muitas crianças preferem que a carne seja macia e húmida, servida com um molho
● Sardinhas, salmão ou atum esmagados, carnes frias ou patés, são muito bons em sanduíches.
● O peixe num molho branco ou de queijo é muito nutritivo.
● Utilize ovos como acompanhamento, sejam cozidos, estrelados, mexidos ou omoletes.
● Use leguminosas na dieta da criança, como lentilhas, ervilhas, feijão e grão
5) Alimentos "gordos" e guloseimas, incluem azeite, óleos vegetais, açúcar, biscoitos, bolos, chocolate, gelados e sumos. Estes alimentos não devem ser dados em demasia à criança, já que podem comprometer o apetite para outros alimentos mais nutritivos.
Complementarmente, alimentos doces podem contribuir significativamente para cáries dentárias e outros problemas relacionados.
Tente limitar a quantidade de doces que a sua criança come. Ofereça-lhe um doce no final das refeições como sobremesa em intervalos regulares de modo a satisfazer o desejo por açúcar.
Alimentação Saudável para Crianças
PARTE 1 - Dos 1 aos 4 anos
Considerações Nutricionais
Comida e nutrientes são as matérias-primas que nos permitem formar os dentes, ossos, músculos e tecidos e mantê-los saudáveis. Uma boa deita alimentar também pode proteger de várias doenças.
A dieta de uma criança necessita de um planeamento especial - as necessidades de energia e nutrientes fundamentais são elevadas, mas o apetite é reduzido e os hábitos alimentares inconstantes. A alimentação das crianças deve ser constituída por refeições pequenas e frequentes, desde que ricas em nutrientes essenciais.
Os nutrientes particularmente importantes para crianças entre 1 e 4 anos são:
A deficiência em ferro é bastante comum nesta faixa etária, já que os requerimentos em ferro são elevados, e a ingestão de alimentos reduzida, especialmente em peixe ou carne. Alimentos ricos em vitamina C, comidos em simultâneo, ajudam a absorção do ferro, por isso deve incluir um copo de sumo natural de laranja ao jantar, por exemplo.
Este mineral é vital para o crescimento de ossos e dentes, por isso é fundamental que a criança consuma leite e produtos derivados do leite em quantidade suficiente.
Os níveis da escrita infantil
Para entender os níveis da escrita infantil
Pré-silábico: quando a criança se encontra no nível da garatuja (rabiscos);
Silábico sem valor sonoro convencional: quando a criança escreve uma letra para cada sílaba. Por exemplo:
Para boneca ela escreve TMZ;
Silábico com valor sonoro convencional: quando a criança escreve uma letra para cada sílaba também, mas com as letras que pertence a palavra, como por exemplo:
Para boneca ela escreve: OEA ou BNC, ou então BEA...
Silábico alfabético: quando a criança já começa a ter a noção de sílaba, como por exemplo:
Para boneca escreve: BONCA, ou BNCA...
E no nível alfabético quando ela já escreve alfabeticamente, mas podem ocorrer erros de ortografia, como: para cachorro ela escreve CAXORRO...
Mas para saber realmente em que nível a criança se encontra, a escrita tem que ser seguida da leitura. Assim que você pedir para a criança escrever uma palavra fazer com que ela leia-a em seguida com os dedinhos, marcando assim sua escrita.
VIVA A PRIMAVERA!!!
Primavera
Cecília Meireles
A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.
Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.
Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.
Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.
Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.
Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.
Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.
Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.
Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.
Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, pág. 366.
domingo, 14 de setembro de 2008
O QUE É BULLYING?
Bullying é um tipo de comportamento que sempre existiu, e que recentemente foi batizado com um nome. Não existe uma tradução precisa para o português. Refere-se a todo tipo de comportamento agressivo que ocorre sem nenhuma razão aparente.
Muito provavelmente você já tenha sido alvo de bullying quando era pré-adolescente ou adolescente. Ações repetitivas e desequilíbrio emocional são as suas principais características.
A primeira dificuldade que os pais enfrentam é identificar se seu filho está sendo alvo deste tipo de comportamento, pois há criança que se sente ameaçada e reluta para falar a respeito disso.
Colocar apelidos depreciativos
Assediar
Ofender
Amedrontar
Fazer “gozações”
Ameaçar
Humilhar
Agredir
Criar situações para “pegar” a “vítima”
Bater
Discriminar
Empurrar
Excluir
Machucar
Isolar
Intimidar
Perseguir
Desprezar
Sinais que podem indicar que seu filho está sendo vítima. Se ele...
Chega em casa com contusões freqüentes
”Perde” dinheiro com freqüência
Chega em casa com roupas rasgadas
Briga constantemente com amigos considerados “próximos” antes
Diz que precisa de algo porque perdeu ou foi roubado
Está com péssimo humor
Fica quieto e retraído
É agressivo com os irmãos
Evita sair de casa
Não se dedica como antes aos estudos
Tem insônia
Demonstra ansiedade excessiva
Porém, os pais devem ter cuidado para não expor seu filho perante os outros. Se eles tomarem o caminho errado as ações dos bullies podem piorar. Lembre-se: Não é possível estar presente e supervisionar seu filho o tempo todo.
Bullying é um problema mundial. Pode-se identificar o problema em todos os níveis escolares, da educação infantil à faculdade, em escolas privadas ou públicas, rurais ou urbanas.
O que mais assusta é que as proporções que o problema tem tomado são cada vez mais preocupantes. Hoje é comum ouvirmos relatos de adolescentes que chegam a atos extremos por discordar de posturas e valores dos colegas de classe.
Alvos do bullying -> Estudantes que sofrem as agressões.
Alvos ou agentes do bullying -> Estudantes que às vezes sofrem e outras vezes praticam o bullying.
Bullies -> Estudantes que somente praticam o bullying.
Testemunhas oculares -> Estudantes que não praticam e nem sofrem o problema, mas vivem no mesmo ambiente onde o fato ocorre.
A AGRESSIVIDADE INFANTIL
A agressividade infantil é um assunto bastante amplo e podemos notar suas raízes desde o início das relações das crianças ainda na educação infantil.
Precisamos inicialmente, discernir o que é inerente a determinada faixa etária ou sexo e o que está fora dos padrões esperados pelos mesmos.
Segundo a teoria piagentiana podemos classificar o desenvolvimento cognitivo em diversas etapas. Na educação infantil, passamos basicamente por duas delas: Sensório-motora que vai do nascimento aos dois anos de idade. Nesta fase a criança se utiliza basicamente dos sentidos para conhecer o mundo. Tudo aqui acontece por reflexos e a criança leva tudo à boca; Pré-operatória que vai dos 2 aos 7 anos onde a criança começa a adquirir noções de tempo, espaço. Ainda não há raciocínio lógico e as ações para ela ainda são irreversíveis.
Uma criança que morde o amiguinho até dois anos de idade, não pode ser rotulada como agressiva. Ela ainda não sabe usar a linguagem verbal e a linguagem corporal acaba sendo mais eficiente. A criança nesta fase, é egocêntrica e acredita que o mundo funciona e existe em função dela. Uma das primeiras maneiras de relacionamento é a disputa por objetos ou pela atenção de alguém querido – como a mãe, o pai ou o professor. A intenção da criança, ao morder ou empurrar, é obter o mais rápido possível aquele objeto de desejo, já que não consegue verbalizar com fluência. Esta fase de disputa é natural e quanto menos ansiedade for gerada, mais rápida e tranqüilamente será transposta. É claro que o adulto não deve apenas assumir a postura de observador e sim, interferir quando necessário, evitando que se machuquem, e explicando que a atitude não é correta. Enfim, impondo limites! Porém não devem supervalorizar a agressão, pois as crianças ainda não conseguem entender que estão machucando.
Por volta dos três anos, as crianças já acrescentaram milhares de palavras ao seu vocabulário e começam a descobrir o prazer em brincar com o outro e se comunicar. O egocentrismo começa a sair de cena e começa a socialização. Nesta fase, o comportamento agressivo intencional, ainda aparece esporadicamente e via de regra, não apresentam uma continuidade. Já aos quatro, cinco e seis anos identificamos alguns comportamentos de discriminação que podem ter repetidamente o mesmo alvo. Aparecem os conflitos, “panelinhas”, provocações e humilhações. É aqui que pais e educadores devem estar atentos para poder inibir esse comportamento antes que ele se instale e seja mais difícil de eliminá-lo.
Muitas crianças recebem apelidos relacionados a aspectos físicos e desempenho (gordinho, vara pau, zarolho, burro, chato, etc). Aqui o papel do professor é essencial ao identificar e trabalhar com esses aspectos evitando que se repitam. A dramatização é uma ferramenta excepcional para fazer com que as crianças vivenciem papéis. Essencial ainda é discutir sempre as experiências depois de dramatizadas. Criar regras elaboradas em conjunto também é uma ferramenta eficiente. Quando as próprias crianças criam as regras elas ganham um significado maior e têm um grande impacto nas ações. Deve-se também trabalhar valores morais éticos como solidariedade, compartilhamento, cooperação, amizade, reciprocidade dentre outros. Se o professor cria um ambiente com atividades prazerosas durante todo o período de aula, a probabilidade de que comportamentos agressivos surjam é muito menor.
Karen Kaufmann SacchettoPedagoga
Lembre-se: a agressividade só deve ser tratada como um desvio de conduta quando ela aparecer por um longo período de tempo e também se não estiverem ocorrendo fatos transitórios que possam estar causando os comportamentos agressivos.
O QUE É O ESTRESSE INFANTIL?
O estresse em geral é uma reação do organismo diante de situações ou muito difíceis ou muito excitantes, que podem ocorrer em qualquer pessoa, independentemente de idade, raça, sexo ou situação sócio-econômica.
Em períodos de estresse, a harmonia do organismo fica afetada e cada órgão passa a trabalhar em ritmo diferente dos demais. Se esse estado se prolongar por muito tempo, há uma quebra do equilíbrio interior e um enfraquecimento do organismo e, consequentemente, a manifestação de sintomas e doenças. O estresse infantil é pouquíssimo conhecido, sendo bastante difícil encontrar pesquisas sobre o assunto, tanto no Brasil como no exterior.
A maior parte dos trabalhos sobre o estresse em crianças brasileiras foi desenvolvida na Universidade Católica, em Campinas. Nessas pesquisas verificou-se que toda criança, inevitavelmente, enfrentará inúmeras situações de estresse ainda nos primeiros anos de vida, tais como acidentes, doenças, hospitalizações, nascimento de irmãos, mudanças de casa, escola ou de empregada, além das tensões geradas pela necessidade sempre maior de autocontrole.
Atitudes dos pais que podem prevenir o estresse infantil.
Primeiramente, os pais precisam cuidar do seu próprio estresse, para servirem de modelo para os filhos. Se diante de "situações problema", os pais agirem com muita ansiedade, os filhos terão a tendência de repetir os mesmos padrões de comportamento.
Atitudes positivas que envolvam a paciência, o prazer, a alegria de estar com a criança, a aceitação e a forma simples e realista de encarar os desafios do dia a dia, podem incentivar a criança a resolver os problemas e desenvolver a sua auto-estima.
É preciso ouvir a criança, não sobrecarregando-a com atividades extracurriculares; escutar com seriedade o que ela tem para dizer sobre o assunto e procurar oferecer atividades que sejam do seu agrado.
Respeitar o ritmo da criança e não fazer comparações - os irmãos são diferentes quanto ao seu ritmo de dormir, comer, aprender, socializar-se e até de caminhar - mesmo que os pais tenham outro modo de agir, também é uma ação indispensável, assim como a escolha cuidadosa da escola em que irá frequentar. É preciso ouvir com atenção as queixas da criança, pois ela pode estar vivendo um problema de fato.
Em caso de conflitos conjugais, é fundamental evitar o envolvimento das crianças, pois muitas vezes elas acabam por se sentirem responsáveis pela situação.
Contudo, é muito importante que não se poupe a criança em demasia; uma criança excessivamente poupada não tem chances de se preparar para o mundo de hoje.
Estimular sua independência é algo fundamental, contanto que se respeite sua etapa de desenvolvimento natural.
Os pais devem evitar que seus filhos acreditem que só são valorizados e amados se tiverem um desempenho perfeito em tudo que fazem. Quanto a esse aspecto, o que tenho observado na clínica é que um dos principais causadores de estresse em crianças é a grande preocupação delas em corresponder às expectativas de sucesso dos seus pais. Desse modo, não atribuem valor à pessoa que são, mas por aquilo que fazem.
Por fim, acredito que os cuidados dos pais com o controle do estresse infantil, juntamente com todos os profissionais que estão envolvidos com a educação das crianças, possa levar a uma sociedade mais produtiva, mais feliz e mais bem adaptada.
Portanto, caros pais, mãos à obra e boa sorte!
Dra. Monica Mlynarz
ESTRESSE INFANTIL
Como não se deixar engolir por tudo isso e levar uma vida saudável sem exageros de ansiedade e estresse?
Acredito ser essa uma tarefa um tanto difícil, mas não impossível.Chegou a hora de organizarmos o nosso dia a dia, assim como o de nossos filhos. São tantas as possibilidades de atividades que podemos programar.
"Não é bom começar o inglês desde já? E a natação, o judô, as aulas de violão?", perguntam os pais mais aflitos.
"Quanto mais tempo fora de casa, menos contato com a TV e aqueles filmes violentos", dizem os outros.
Como dosar a atividade física e intelectual e não esquecer que existe também o lazer, o brincar, atividades fundamentais para o desenvolvimento emocional e social da criança.Às vezes, é com as melhores das intenções que os pais preenchem integralmente o dia de seu filho. São tantas as tarefas e horários a cumprir, que não sobra tempo para ele respirar ou para não fazer nada, ou ainda para ficar sozinho com seus brinquedos e fantasias. Afinal, a criatividade, a produção de novas idéias e os pensamentos brilhantes necessitam de espaços vazios para se manifestarem.
Observamos que muitas crianças acabam pagando um preço muito alto, pois se sentem pressionadas a dar apenas resultados positivos para não frustrarem os pais.
É muito importante que os pais estejam atentos às situações de estresse a que seus filhos ficam expostos. Tais situações devem ser necessariamente proporcionais à habilidade, à maturidade, ao estágio de desenvolvimento e à resistência da criança.
Se por um lado não podemos e não devemos proteger os nossos filhos dos problemas e conflitos com os quais vivenciam no dia a dia, por outro não temos o direito de "jogá-los aos leões", sem que antes adquiram estratégias de enfrentamento de uma forma gradual e lógica.
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
Quem sobe nos ares não fica no chão,
É uma grande pena que não se possa
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo . . .
Não sei se brinco, não sei se estudo,
Mas não consegui entender ainda
A IMPORTÂNCIA DO DESENHO NA ESCRITA
"O homem sempre desenhou. Sempre deixou registros gráficos, índices de suas experiência, comunicados íntimos destinados à posteridade. O desenho, a linguagem é tão antiga e tão permanente , sempre esteve presente desde que o homem inventou o homem". (Derdyk, 1990)
O desenho é uma forma de expressão da linguagem artística, de fundamental importância no desenvolvimento infantil. As crianças já nascem em um ambiente onde o desenho está presente no seu cotidiano, através das imagens de televisão, dos rótulos dos produtos, dos cartazes nas ruas, das revistas, etc. Através do desenho a criança desenvolve a auto--expressão e atua afetivamente com o mundo: opina, critica e sugere, usando cores, formas, tamanhos, símbolos.
Assim como a brincadeira, ao desenhar, a criança representa a realidade, transformando-a de acordo com sua vontade.
Quanto mais oportunidades de desenhar e observar desenhos, maiores serão as situações de aprendizagem vivenciadas pela criança.
Segundo Luria (1988, p. 76), um dos principais membros da Teoria histórico Cultural, "uma criança pode desenhar mas não se relaciona com seu desenho como um expediente auxiliar. Isto distingue a escrita e estabelece um limite ao pleno desenvolvimento da capacidade de ler e escrever pictograficamente, no sentido pleno da palavra". Em outras palavras, há momentos em que a criança apenas desenha e momentos em que ela se utiliza do desenho, não só como forma de expressão mas como auxiliar das atividades mentais , como por exemplo, da memória.
Em um de seu trabalhos, a arte educadora Rosa Iavelberg (1995)*, enfatiza a importância do professor, que atua em classes de Educação Infantil, conhecer a gênese do desenho infantil para que possa propor que promovam avanços conceituais, intervindo na produção das crianças e oportunizando a interação com diferentes produções do universo circundante.
*Rosa Lavelberg mestra em Arte-Educação, professor do curso de Especialização em Arte-Educação da ECA/USP e coordenadora da Oficina de Artes da hebraria/SP.
A CRIANÇA E O DESENHO
Toda criança desenha. Mesmo que não seja adequadamente instrumentada para tal, a criança pequena quase sempre encontra uma maneira de deixar, nas superfícies, o registro de seus gestos: se não tiver papel, pode ser na terra, na areia, ou até mesmo na parede de casa; se não tiver lápis, serve um pedaço de tijolo, uma pedra, ou uma lasca de carvão.
Desenhar constitui, para a criança, uma atividade integradora, que coloca em jogo as inter-relações do ver, do pensar, do fazer e dá unidade aos domínios perceptivo, cognitivo, afetivo e motor. "A criança desenha, entre outras tantas coisas, para se divertir. Um jogo que não exige companheiros, onde a criança é dona de suas próprias regras. Nesse jogo solitário, ela vai aprender a estar só, "aprender a só ser". O desenho é o palco de suas encenações, a construção do seu universo particular" (DERDYK, 1989, p. 50).
Além de características pessoais da criança, que podem definir sua preferência pelo desenho ou por outra atividade expressiva, o gosto pelo desenhar também depende das oportunidades oferecidas pelo meio. No caso do ambiente escolar, a influência é ainda maior, já que o desenho se insere no contexto do saber institucionalizado, cuja "autoridade" tende a repercutir sensivelmente na relação da criança com a linguagem. Por meio dos relatos dos professores e das perguntas que fazem durante os cursos, podemos ter uma idéia de como anda a relação das crianças com a linguagem gráfica. Relatos que nos apresentam situações de crianças com desenhos estereotipados (desenham sempre a mesma coisa e do mesmo jeito), situações de crianças que detestam desenhar, que dizem "não sei desenhar" às propostas da professora, ou mesmo de crianças cuja atividade predileta é o desenho, servem-nos de referência para a discussão a respeito do papel do ambiente pedagógico no estabelecimento de vínculos da criança com o desenho.
sábado, 13 de setembro de 2008
A criança nunca deixou de existir. Nem por um momento sequer. É que muitas vezes o adulto que a encerra deixou de sonhar. Parou de acreditar na Terra do Nunca, deixou de pensar que pode voar como seus mais amados super-heróis, não quis mais saber da Emília e do Visconde, esqueceu da bola ou da boneca,...
Agora só quer saber de correr. Parece o coelho da Alice e a todo o momento olha seu relógio. Está encarcerado numa rotina estressante que o faz cativo sem que nem ao menos se dê conta. Não sabe por que corre. Acha que se não fizer isso será atropelado, passado para trás, superado por outros, que nem ao menos conhece...
E o pior de tudo é que esse adulto, como os piratas do Peter Pan, não quer nem mesmo que as crianças sejam crianças por mais tempo. Faz força para acelerar o relógio biológico de nossas crianças para que não sejam mais infantis. Para que brincar? O negócio é namorar. Por que desenhar e pintar? É melhor ir para o Shopping. Subir em árvore ou ir ao parquinho? Que tal ir fazer umas compras...
As crianças não podem mais subir em árvores. Nem, tampouco, devem assistir desenhos animados. Acreditar em coelhinho da páscoa ou em Papai Noel então, é terminantemente proibido. Se seu filho usa roupas que tenham desenhos como o Mickey, a Mônica ou o Pernalonga depois de certa idade... provavelmente ele será alvo de chacotas e ridicularizações por seus pares na escola, no clube, na rua,...
E por que as crianças não querem mais fazer desenhos com o contorno das mãos ou navegar num barco com suas grandes e bonitas velas brancas estendidas como nos diz Toquinho em sua clássica composição? Será que os sonhos da infância não estão sendo massacrados por nossa ausência e indiferença? Quando foi a última vez que você se sentou para brincar com seus filhos?
Ouvi de uma pessoa religiosa que a catequese de nossas crianças é feita desde o seu nascimento e que os principais catequizadores são os próprios pais... Seu filho é fruto de seu envolvimento com a vida dele... Sua saúde física, mental e emocional está em suas mãos. Reserve a criança que há dentro de você para brincar com ele. Isso é o que realmente ficará para sempre...
João Luís Almeida MachadoEditor do Portal Planeta Educação; Doutorando pela PUC-SP no programa Educação:Currículo; Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie(SP); Professor universitário e Pesquisador.
Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida